Fim de atividades desta página...

Como te dar essa notícia sem te deixar a impressão de que acreditava de verdade que essa página “iria tirar teu pai da forca”? 

Eu havia comentado com algumas pessoas que a encerraria e sofro de não saber me explicar bem, sabe? Quando mencionei isso deixei parecer que estava abandonando esse tipo de válvula de escape, que eu não desenharia mais e coisa assim... 
(Ha Ha ha, não mesmo!)

 Mas há algo muito íntimo que vou tentar confessar pra essa meia dúzia de amigos com um mínimo de estragos: 

- Sou viciado em encerramentos. Poucas coisas eu inicio sem visualizar seu fim. Isso é generalizado... e como todo vício, me subjuga e faz mau. Desde o começo dessa página a considerei como “minha banda solo”, e assim como bandas precisam cedo ou tarde acabar, aqui encerro a Urubu.

Adoro me referir a ela assim. A “Urubu”... Ah, sim! Caso nunca tenha mencionado, ela seria inicialmente voltada pra produções de quadrinhos underground, seria um tipo de editora, pra quadrinhos como o do “Fim do Mundo – e nada de novo” e a “1984... (canaviais)”. Infelizmente, parou por aí. Espero poder retomar isso tudo... Breve!

Se puder reparar vai ver que ao longo dessa página de blogspot em NENHUM momento eu mencionei coisas do tipo “desculpe... um bom tempo sem postar nada por aqui... tenho trabalhado demais...” Considero uma humilhação. Rendição. Por razão estranha até mesmo a mim!

Bem, tenho mesmo trabalhado feito um cavalo e em 2011, ao realizar um sonho antigo – lecionar - me pus inteiro nisso, daí, já viu, né... Pouco tempo pra me dedicar, pra mudar o visual, acrescentar coisas velhas (???), e, some isso a essa espiral infinita que me abocanha, que é encerrar tudo quando ainda estamos por cima (aprendi isso numa entrevista do Grande Joey Ramone), fatalmente chegaria aqui, nesse “comunicado de que em breve estarei em um outro lugar”... Como na letra de “Dança” do Nunca Inverno, e já que quase ininterruptamente isto aqui esteve ligado a música, não poderia faltar: 

“inocente eu sou conduzido nesta dança cujos passos desconheço/ simplesmente entrego minhas mãos e solto meu corpo/ desvaneço em seus braços como se tudo fora este momento/ em seus braços/ em seus/ desconsidero o arrependimento e faço por mais do que preciso/ demonstrando o quão passional e vulnerável eu sou/ quando desvaneço em seus braços/ como se tudo fora este momento/ me entrego em seus braços/ e por agora me sinto bem/ seus olhos/ seus lábios/ tornando impossível não voltar a acontecer” 

É isso. “tornando impossível não voltar a acontecer”. 

O urubu não caiu do poste... Só alçou vôos pra outros arredores. Sempre aparecerá um urubu novo – Damos e Somos motivos de sobra pra isso... 

Estamos todos no bico do Urubu, não podemos escapar então, logo mais apareço com mais outra chatice. 

Se leu mesmo até aqui já deve estar cansad@, 

Beijo + Liberdade.